domingo, 3 de junho de 2012

Clara Angélica e a Saudade da "Gazeta de Sergipe"

Em conversa pelo Facebook com a jornalista Clara Angélica, hoje morando em New York – USA, a mesma teceu alguns comentários saudosos sobre a querida “Gazeta de Sergipe”.

Iniciei meu jornalismo na Gazeta, convidada por Ivan Valença e seu Orlando. Comecei com uma coluna, aos 16 anos, “Vida Social”, que alguns chamavam de ‘Vida Socialista’ e que me valeu uma leve prisão pela ditadura em janeiro de 69, logo após o AI-5 em dezembro de 68. Na mesma época de Ancelmo (Acelmo Góis, hoje jornalista de O Globo), que é da minha geração. Ele era foca, imagine tão tímido, com aquele olho inteligente, e eu era musa dele e do jornal inteiro. Era proibida por meu pai de entrar na redação, pois só tinha homem, então entregava a coluna todos os dias no balcão a seu Orlando ou Ivan (e ninguém mais, ordens de seu Orlando, que era íntimo de papai). Sempre tinha mensagens variadas no quadro para mim, da turma da redação, que corriam para espiar na hora que eu chegava, e, muitas vezes, pequenos poemas de Ezequiel Monteiro, que também era da turma da Gazeta. Eu, menina, adorava! Fazia-me toda linda para levar a crônica, que ficou tão ou mais importante do que escrever a crônica. Tinha também Ariosvaldo Figueiredo, com a carta do Rio, crônicas maravilhosas. Ah os anos 60 foram lindos... Pedrito era do Jornal da Cidade, não da Gazeta. Mas Thaís começou na Gazeta, sob a batuta de Ivan Valença. E Ilma Fontes teve uma coluna também durante um tempo. Quando voltei ao Brasil em 82, fiquei à frente da Gazetinha, até fundar, com Luiz Eduardo Costa, O QUÊ (para quem gosta de saber por que), um semanário de análise política, lembra? Passamos 10 anos escrevendo o jornal mais lido por políticos, era disputada na Assembléia toda segunda feira, os deputados não começavam a sessão sem antes ler O Quê...

Clara Angélica

Nenhum comentário:

Postar um comentário