Henrique Maynart (Foto: Segrase)
Publicado originalmente no site do portal Infonet, em 11 set, 2018 17:15
Greve dos jornalistas e radialistas de 1991 vira tema de
livro
‘Nem copo de cachaça, nem prato de comida – a primeira greve
dos comunicadores sergipanos’, do jornalista Henrique Maynart, é a nova
publicação da Editora Oficial do Estado de Sergipe – Edise.
A obra será lançada durante mais uma edição do projeto
‘Ocupe a Praça Direitos Humanos’, que acontece no dia 13 de setembro, às 17h,
no Centro Cultural de Aracaju, na Praça General Valadão, Centro de Aracaju. O
trabalho de conclusão do curso de Jornalismo do autor conta a história da maior
greve dos jornalistas e radialistas na história da imprensa sergipana, que
aconteceu entre 22 a 29 de novembro de 1991.
Após 26 anos de silêncio sobre o tema, baseados pelo medo e
opressão, o autor propôs não deixar que o assunto caísse em esquecimento.
Henrique se engajou na busca de informações que contam esse período através de
documentos contendo atas ou reportagens, depoimentos dos comunicadores
envolvidos e fotografias das mobilizações e reuniões para que, mesmo com poucos
registros, as pessoas que fizeram parte desse movimento pudessem relembrar e
contar suas histórias, relatando fatos que eram desconhecidos por muitos. A
pesquisa foi muito difícil, conta Henrique. “Foram 25 entrevistados, as lidas
no livro de atas dos sindicatos para checar todos os dados, as idas às
hemerotecas do Jornal da Cidade, Jornal de Sergipe e Gazeta de Sergipe, os
dados da Federação Sergipana de Futebol, até porque essa greve interrompeu a
final antecipada do campeonato sergipano”, relembrou.
O autor também nos conta como escolheu esse tema, que rendeu
para ele o seu primeiro livro. “Em 2013 eu encontrei o colega jornalista
Cristian Góes na Praça Olympio Campos, durante nossa conversa surgiu o assunto
da greve dos jornalistas em Sergipe, que havia parado até uma transmissão de um
jogo realizado no Batistão. Fiquei pensando como eles conseguiram interromper
toda a transmissão, porque envolve muitos profissionais – fotógrafo, repórter,
quem está na redação, quem fica na cabine de transmissão, enfim, deve ter sido
muito louco, porque se hoje em dia seria estranho imagine em 1991, afinal
naquela época não existia a “celularização”. Acabei me interessando pelo tema e
tive um grande auxílio de José Juva, meu orientador, para consolidar essa
pesquisa”.
Marcos Sales, presidente em exercício da Empresa de Serviços
Gráficos de Sergipe – Segrase, deixa claro sua satisfação ao publicar esta
obra, pois, dentre os entrevistados que fizeram parte do movimento grevista,
encontra-se o seu colega de trabalho, o jornalista e diretor Industrial da
Segrase, Mílton Alves. “Sergipe tem muitas histórias para serem contadas que
poucos conhecem. Esse livro nos traz a vantagem de explorar mais a memória do
nosso Estado e de também conhecer um pouco da história de um grande jornalista
sergipano, Mílton Alves”.
Para um dos grevistas, Mílton Alves, a paralisação foi um
momento único. “Eu acho que a decisão naquele momento de reunir as duas
categorias, jornalistas e radialistas, foi muito importante para que se tivesse
uma macro visão do que se passava dentro das redações por esses profissionais.
Para mim, àquela greve de oito dias foi algo que cravou a nossa história, o
livro de Henrique resgatou isso. A greve foi maravilhosa! Quem não conhece ou
conheceu, ao ler o livro vai entender isso. É um livro para ser usado e
debatido em sala de aula”. E completa: “Este livro de Henrique Maynart é ouro”.
O movimento grevista iniciado pelos comunicadores não ficou
apenas estagnada nos profissionais da área. O leque foi ampliado para outras
categorias em busca de apoio, a exemplo de bancários, a CUT, gráficos,
petroleiros e professores, que de uma forma ou de outra respaldaram aquela luta
iniciada pelo grupo e entenderam a importância da paralisação. O livro é
especialmente primordial para jornalistas ou estudantes e todos aqueles que se
interessem pelo assunto, que é abordado na maior riqueza de detalhes.
Fonte: ascom Segrase
Texto e imagens reproduzidos do site: infonet.com.br
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