quinta-feira, 18 de junho de 2020

Pandemia está acelerando a morte da mídia impressa

Foto: Reprodução Portal Imprensa

Publicado originalmente no site do PORTAL VIU, em 9 de abril de 2020

Mercado editorial em transição; pandemia está acelerando a morte da mídia impressa

Por Roberto Barbosa

Mídia Impressa

Quando a pandemia passar, muitos negócios irão naufragar. Um dos setores que já estavam agonizantes e que deverão esvaziar, é o de mídia impressa.

No Estado do Rio, jornais como O Dia, Meia Hora e Extra, que sobrevivem da venda avulsa, deixaram de circular neste período. O Dia e Meia Hora reduziram os salários dos profissionais em 25%.

Além da queda no mercado de publicidade, falta logística para a entrega das edições avulsas, porque as bancas de jornais, principais pontos de vendas, estão fechadas.

O jornal Folha Dirigida, voltada para a cobertura de concursos públicos, também anunciou a paralisação de suas atividades, e o mesmo fez a Editora Globo ao cancelar a publicação de sete revistas.

Jornais como O Globo, Estadão e Folha de São Paulo estão sobrevivendo graças a entrega de exemplares na casa dos assinantes.

O movimento do mercado explica a tomada de decisões. Na terça-feira (7), quatro grandes agências de publicidade aconselharam os clientes a fugirem da mídia impressa, devido ao baixo retorno. A orientação é concentrar os investimentos na mídia digital.

Para o mercado consumidor, além da mudança de hábitos, há também um quesito sanitarista: jornal impresso pode ser um hospedeiro de vírus, porque circula de mão em mão. Como medida preventiva, no mundo globalizado em que vírus e bactérias circulam na velocidade do pensamento, a tendência é de que a busca por informação seja cada vez mais focada nas plataformas digitais.

A crise na mídia impressa não é um elemento novo no mercado. Esse formato já estava em franca decadência, com vários jornais e revistas deixando de circular em razão da migração do público para o formato digital. 

A tempestade é ampla, geral e irrestrita na velha mídia, atingindo também o rádio. As agências estão reduzindo investimentos no formado, devido a queda de audiência nesse período de quarentena.

A queda de investimentos estava em curso e pandemia apenas acelerou. Nos últimos anos, o rádio já não tinha mais a audiência das donas de casa, hoje mulheres empoderadas, que estão no mercado de trabalho, muitas vezes atuando como esteio de família. Esse veículo de comunicação que já teve sua era de ouro manteve-se de pé graças a audiência (fragmentada) de motoristas de carros em horários de deslocamentos. Mas, ainda assim, enfrenta a disputa de aplicativos como Spotify e arquivos musicais em pendrive.

O pós-pandemia será mais um passo na consolidação da 4ª revolução industrial, quando o consumidor de informação continuará intensamente conectado à internet por meio de smartphone e outros veículos de convergência de mídia que deverão surgir. O mercado aponta para o engajamento de áudio, vídeos e textos concisos.

Com isso, os hábitos que já estavam em transição acentuada, tendem a fortalecer a mídia digital.

O leitor, o telespectador e o ouvinte migraram de plataformas, mas o conteúdo ainda é rei. Para sobreviver diante da concorrência dinâmica, a qualidade do produto será cada vez mais um fator determinante.

Texto e imagem reproduzidos do site: portalviu.com.br

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