A BATALHA DA COMUNICAÇÃO SOBRE AS DIVERSAS EXPRESSÕES EM
SERGIPE
De Redação - 19 de Janeiro de 2018
Autor de diversos livros, entre os quais Comunicação
Sindical – Falando para milhões e fundador do Núcleo Piratininga de Comunicação
(NPC), Vito Giannotti disse em entrevista: “Não podemos usar tranquilamente a
expressão ‘grande mídia’. Essas duas palavrinhas, além de já quebrar a moral de
quem não pertence a este mundo, servem muito bem para esconder a realidade. A
chamada grande mídia é grande sim. Do tamanho do capital dos seus donos”.
Como conta o ditado que a versão do vencedor prevalece,
temos então um cenário nada confortável, já que a concentração da riqueza no
mundo aumentou para um patamar onde oito pessoas no planeta possuem tanta
riqueza quanto a metade mais pobre da população mundial, segundo a ONG
britânica Oxfam. O Brasil é o país de maior concentração da mídia entre as
nações democráticas. Atualmente, apenas seis grupos de Comunicação, tendo o
Globo à frente, respondem pela distribuição de notícias em caráter nacional ou
regional.
Apenas seis famílias controlam as principais empresas no país
e 90% da receita publicitária pública e privada: Editora Abril, Folha, Grupo
RBS (vinculada à Globo), Silvio Santos e Rede Record. Os demais enfrentam
sérias crises financeiras e disputam uma fração mínima do bolo publicitário.
Em Sergipe, assim como nos demais estados brasileiros, para
além dos três poderes instituídos pela república existe a mídia enquanto quarto
poder imbricado com a formação das oligarquias locais, capaz de definir, em
muitos casos inclusive, maiores mudanças cotidianas que os demais.
Num ponto de Táxi ouvimos que no jornal da família Franco
saiu tal notícia, na rádio dos Amorins estão batendo em tal tema. Já o grupo de
João Alves agora apoia fulano, Gilmar Carvalho acordou “azedo” com determinado
prefeito, Fábio Henrique mudou de lado, etc. Esta variedade permite o ouvinte,
telespectador e leitor buscarem diversas fontes, contudo a naturalização desse
comportamento nos faz deixar de refletir que estes setores são expressões de
classes diminutas narrando interesses imediatos. Por isso, a Expressão
Sergipana nasce e se vincula ao já consagrado jornal “Brasil de Fato” de
circulação nacional, para lançar outros ângulos diante do fatos, mais próximos
dos trabalhadores que ergueram as estátuas, que dos homenageados; seguindo o
leito do Cacique Serigy e João Mulungu.
Não somos os primeiros a propor uma comunicação crítica e
popular no estado de Sergipe. A historiografia nos revela outras experiências
de jornais, programas de rádio e revistas no século XIX e XX, entre eles, em
1832, o “Recopilador Sergipano” o primeiro jornal editado em Sergipe; a Gazeta
de 1950 (sofrendo mudanças de linha editorial); além de outros. Já na década de
70 e 80 estudantes universitários que lutaram pela redemocratização revendiam
jornais nacionais de oposição ao regime, tais como Pasquim e Intento; assim
como por algum período criaram diversos periódicos locais como o “Desacato”,
boletins dos sindicatos, partidos e diocese (com destaque para a de Propriá).
Na comunicação popular, ao contrário da empresarial, quanto
menos oligopólio melhor. Esperamos estimular mais páginas em internet, Jornais,
revistas e rádios comunitárias. Quanto mais passos o povo trabalhador der para
corrigir o que não foi contado, mais próximo estará das ferramentas capazes de
formar uma consciência libertadora e útil ao combate das injustiças. Tudo
indica que o povo deverá enfrentar um período de intensos ataques aos seus
direitos, nesta batalha todas as armas serão úteis, incluindo a informação e
debate dos nossos interesses; ou como afirma a juventude nas periferias: “Nós
por Nós!
Texto e imagem reproduzidos do site: expressaosergipana.com.br
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