Jornalista Clóvis Rossi durante entrevista a Pedro Bial
Foto: Reprodução/TV Globo
Publicado originalmente no site G1, em 14/06/2019
Jornalista Clóvis Rossi morre em SP aos 76 anos
Ele esteve internado no Hospital Albert Einstein por causa
de um problema no coração. Rossi mantinha coluna na 'Folha de S.Paulo' e também
trabalhou no 'Estado de S.Paulo' e no 'Jornal do Brasil'.
Por G1
O jornalista Clóvis Rossi, de 76 anos, morreu na madrugada
desta sexta-feira (14) em São Paulo. Ele esteve internado no Hospital Albert
Einstein, na Zona Sul da capital paulista, entre sexta-feira (7) passada, por
causa de um infarto, e esta quinta (13).
Rossi estava em recuperação, mas passou mal em casa nesta
sexta, segundo relatou sua filha, Cláudia, ao também jornalista Juca Kfouri.
Nascido em São Paulo em 25 de janeiro de 1943, dia do
aniversário da cidade de São Paulo, Rossi exercia o cargo de repórter especial
e era membro do conselho editorial do jornal "Folha de S.Paulo".
Estava na empresa desde 1980. Era colunista e escrevia às quintas e aos
domingo.
Em sua coluna na Folha, na quarta (12), ele explicou o
motivo de não postar no último domingo (9).
Leia a íntegra:
“Serve a presente coluna para explicar minha ausência desde
domingo (9) nas páginas desta Folha.
É uma satisfação devida ao leitor, se é que há algum. Sofri
um micro-infarto na sexta (7), fiz a angioplastia, recebi um stent e, na terça
(11), outra angioplastia, com mais quatro stents.
Tudo correu perfeitamente bem, graças à extraordinária
eficiência e rapidez de atendimento do hospital Albert Einstein, tanto em seu
pronto-socorro no Ibirapuera como no próprio hospital, no Morumbi.
E, claro, graças ao dr. José Mariani, do setor de
Hemodinâmica, que colocou os stents, ao meu médico de toda a vida, Giuseppe
Dioguardi, e a meu irmão, também médico, Cláudio Rossi.
A alta está prevista para esta quinta-feira (13) e, como o
músculo cardíaco não chegou a ser afetado, pretendo retornar à atividade
profissional normal na próxima semana.
Agradecimento também aos companheiros da Folha que me
ampararam e até mentiram dizendo que estavam sentindo minha falta”.
Trajetória
Formado na Faculdade Cásper Líbero, o jornalista tinha mais
de 50 anos de carreira. Começou em 1963. Além da Folha, trabalhou também no “O
Estado de S.Paulo” e no “Jornal do Brasil”. Antes teve passagens no
"Correio da Manhã", revistas "Isto É" e
"Autoesporte" e pelo "Jornal da República". Manteve blog em
espanhol no "El País".
Rossi foi editor-chefe no “Estadão” e correspondente em
Buenos Aires e Madri pela Folha.
O jornalista tem textos publicados em todos os cinco
continentes e trabalhou em coberturas de transição do autoritarismo para a
democracia em Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, toda a
América Central, Espanha, Portugal e África do Sul.
Prêmios
Ganhou os dois mais importantes prêmios jornalísticos na
América Latina: o Maria Moors Cabot, concedido pela Columbia University, e o da
Fundação para um Novo Jornalismo Iberoamericano, pelo conjunto da obra, que
recebeu das mãos do criador do órgão, o Nobel Gabriel Garcia Márquez.
Rossi é cavaleiro da Ordem do Rio Branco, conferida pelo
governo brasileiro por decreto do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É
também cavaleiro da Ordem do Mérito, atribuída pelo governo francês, durante a
presidência de François Hollande.
Livros
Entre seus livros estão “O que é jornalismo” (1980),
“Militarismo na América Latina (1990) e “Enviado especial: 25 anos ao redor do
mundo” (1999).
O jornalista deixa esposa, Catarina Rossi, três filhos e
três netos.
Texto e imagem reproduzidos do site: g1.globo.com
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