segunda-feira, 15 de março de 2021

São 31 anos de um estar em Aracaju. Só tenho o que agradecer

Legenda da foto: Jozailto recebe Marcelo Déda, então governador de Sergipe, no lançamento de Viagem na Argila no dia 14 de março de 2012. Livro já vai na terceira edição, esgotada

Publicado originalmente no site JLPOLÍTICA, em 15 de março de 2021

São 31 anos de um estar em Aracaju. Só tenho o que agradecer

Por Jozailto Lima (Coluna APARTE) *

Tenho um carinho bem mais do que especial pelo dia 15 de março. Foi num 15 deste mês que atraquei em Aracaju. Era 1990 e eu tinha 29 anos.

Cheguei numa quinta-feira de madrugada. Fazia um frio danado no Terminal Rodoviário Governador José Rollemberg Leite. Hoje, completam-se 31 anos.

(Não sei se devo lembrar - mas lembro, porque o fato político sempre me acompanhou: era dia da posse de Fernando Collor de Melo na Presidência da República, aquele que houvera sido eleito em 1989 na primeira eleição presidencial direta depois dos 21 sombrios e tenebrosos anos de ditadura militar - eu cobri a campanha inteira naquele ano).

Muita coisa mudou em minha vida nestas três décadas. Ah, e na da cidade de Aracaju também.

Neste tempo todo, bacharelei-me em Comunicação Social - motivo da minha vinda - e exerci minha profissão de jornalista com muita ética e com uma paixão bem ao modo que os de escorpião sabem muito bem imprimir.

Mas, se eu tivesse de recomeçar, faria tudo de novo - inclusive me iniciaria exatamente pelo Feira Hoje, em Feira de Santana, passaria pela TV Subaé e pelas sucursais feirenses da Tribuna da Bahia e do Jornal da Bahia.

Aqui, chegaria na mesma madrugada fria de 15 de março e me iniciaria pelo Jornal de Sergipe, de novo pela sucursal da Tribuna da Bahia, colaboraria com a sucursal de A Tarde em entrevistas semanais para A Tardinha, seria assessor de comunicação da Alese e do Governo Municipal de Boquim e carregaria pedras no Cinform.

Faria o mesmo curso e seria gratíssimo a tanta gente que nem caberiam todos aqui neste espaço.

Faria os filhos que fiz e publicaria os mesmos quatro livros, de preferência ganhando dois Prêmios Santo Souza de Poesia.

Ah, e tomaria os mesmos birinaites. Sim, eu seria, como diria meu ídolo Luiz Gonzaga, o mesmo manéluiz. Ou o mesmo manéjoza.

Nestes 31 anos, busco algo do que me arrependa no que fui por aqui, mas, por mais que eu escarafunche, não encontro.

Este Portal JLPolítica é uma galeria de alegrias. De fartas alegrias. Cada dia, uma e mais outra nova se impõem - pelo que agradeço a tantos apoiadores, colaboradores e aos milhares de leitores diários. O jornalismo reafirma minha alegria ontológica.

Aracaju e Sergipe me foram, sim, iluministas. E, dois dias depois da minha chegada aqui, ainda me deram todos os anos um feriado perene e uma festa: a do 17 de março.

Mas aí já é outra história. Foi um acerto entre eu e um certo cearense chamado Inácio Barbosa. E é de bem antes da minha chegada em 15 de março de 1990, talvez coisa de quando José Machado Lima e Judite Oliveira Lima me conceberam lá em Várzea do Poço naquele 1960.

Por tudo, obrigado, Sergipe. Obrigado, Aracaju fofinha pela acolhida diária.

Que o 15 e o 17 de março sejam eternamente boas datas para mim e para você. Com carinho e uma patinha de caranguejo à milanesa.

[*] É jornalista profissional, mantenedor do Portal JLPolítica e poeta, autor de cinco livros, entre ele Viagem na Argila e Ainda os Lobos.

Texto e imagem reproduzidos do site: jlpolitica.com.br

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