Texto publicado originalmente no site [fgv.br/cpdoc]
Revista Carta Capital
Revista semanal lançada em São Paulo em 1994. Foi fundada por Mino Carta, Bob Fernandes, Nelson Letaif e Wagner Carelli, que já haviam trabalhado juntos na IstoÉ.
No princípio, era editada mensalmente pela Carta Editorial, de onde surgiu a sugestão do nome, que também indicava o foco do projeto inicial nas questões financeiras. Em 1996, passou a ser quinzenal e a voltar-se progressivamente para a análise política. Em 2001, passou a ser editada semanalmente, como um periódico de cultura, política e economia. Em 2005 Bob Fernandes, Nelson Letaif e Wagner Carelli deixaram a revista, que passou então a ser editada pela Editora Confiança, com o economista Luís Gonzaga Belluzzo fazendo parte da empresa como consultor editorial, ao lado da publisher Manuela Carta, filha de Mino Carta, diretor de redação. Também nesse ano a Editora Confiança lançou Carta na Escola, publicação mensal destinada ao ensino médio.
Até 2005 Carta Capital não era filiada ao Instituto Verificador de Circulação (IVC). O primeiro relatório do IVC, após a filiação nesse ano, divulgou que a circulação líquida da revista fora de 40.113 exemplares no mês de junho.Foi também divulgado um aumento de 43% no faturamento em publicidade no primeiro semestre de 2005 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Em 2006, repetindo o que fizera pela primeira vez nas eleições de 2002, Carta Capital declarou abertamente apoio à candidatura de Luís Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT), à presidência da República. A iniciativa causou reações diversas na mídia. Em 2007, ano seguinte às eleições, Carta Capital foi a grande vencedora da segunda edição do Troféu Dia da Imprensa, recebendo o título de “melhor revista semanal”. A revista Imprensa, organizadora da enquete pela Internet, computou quase 20 mil votos, dos quais Carta Capital recebeu 75,01%. O resultado foi interpretado por uma parte da mídia dita alternativa como fruto da insatisfação dos internautas com a cobertura das eleições feita pelos grandes veículos de informação em 2006.
Na edição de 13 de fevereiro de 2008, a BDO Trevisan, responsável pela auditoria de tiragem da revista, indicou o número de 74.100 exemplares. Nesse mesmo ano a revista chegou ao número 500 e comemorou o fato com uma edição especial com tiragem de 85 mil exemplares
Em julho de 2008, logo após a prisão de Daniel Dantas, Carta Capital disponibilizou um dossiê com mais de 90 textos publicados ao longo de dez anos sobre a participação do banqueiro em vários setores da economia nacional desde o final da década de 1990, durante o período de privatização do setor de telefonia. Em fevereiro de 2009 Dantas teve seu pedido de condenação da revista por danos morais negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A razão da contenda foi um editorial de janeiro de 2004 (edição nº 275), que apontava manobras de Dantas visando ao controle de empresas e chantagem ao governo de Fernando Henrique Cardoso. Dantas acusou a revista de lhe ter causado dano moral. A defesa alegou que o editorial não tinha conteúdo difamatório e que a crítica dirigia-se ao modelo econômico e financeiro adotado pelo governo tucano.
O mote dos editoriais de Carta Capital, e em especial de Mino Carta, é a “fidelidade canina da revista à verdade factual”, além da total independência em relação às instâncias de poder, o que é frequentemente ironizado pelos críticos, devido ao apoio aberto a Lula nas campanhas de 2002 e 2006. Os críticos também costumam sugerir o alinhamento da revista com o governo do PT. Mino Carta nega uma suposta cobertura “chapa-branca” do governo Lula, lembrando críticas que Carta Capital levantou contra o governo.
Em maio de 2009 foi organizado o seminário intitulado “O Brasil e a crise econômica mundial”, para marcar o aniversário de 15 anos da revista. Do evento participaram o professor da Universidade de Nova Iorque Nouriel Roubini e os economistas Aluísio Mercadante, Luís Gonzaga Belluzzo e Delfim Neto. Também em 2009 consolidou-se a parceria, iniciada no ano anterior, com The Economist, passando a Carta a publicar artigos semanais selecionados da revista inglesa, além de nove suplementos especiais.
Fabiane Popinigis
Texto reproduzidos do site: fgv.br/cpdoc
Nenhum comentário:
Postar um comentário