domingo, 17 de novembro de 2024

Neu Fontes... p/resgate do Pipiri - O Jornal da Cultura

Legenda da foto: Eu e Neu Fontes, com o livro dele em mãos: uma ideia de resgate

Publicação compartilhada do site JLPOLÍTICA, de 11 de novembro de 2024

Neu Fontes está de mangas arregaçadas, trabalhando pelo resgate do Pipiri - O Jornal da Cultura

Por Antônio Passos*

Nesta segunda-feira, 11, pela manhã, antes de sentar para escrever esta coluna, fiz uma visita ao recém-empossado presidente da Fundação Cultural Cidade de Aracaju – Funcaju -, o artista, gestor cultural e amigo Neu Fontes.

A visita começou a ser esboçada poucos dias antes. Em um encontro casual, parabenizei o amigo por ter assumido a Presidência da Funcaju e ele me adiantou que pensava em promover um resgate do Pipiri – O Jornal da Cultura.

Para quem não tem idade de ter visto e ainda não teve a oportunidade de conhecer a história, o Pipiri foi um jornal impresso, inicialmente produzido pela então Secretaria Municipal Cultura, que circulou durante alguns anos.

Estamos falando da década de 1980, um tempo no qual o jornalismo impresso tinha um papel central na vida da cidade e na formação da opinião pública. Não havia internet e nem as agitadas redes sociais de agora.

Os jornais impressos eram indispensáveis para quem quer que quisesse andar bem informado. Eram peça farta entre livros carregados por universitários embaixo de braços vestidos por paletó e dentro de bolsas.

Em Aracaju haviam quatro ou cinco jornais diários, uns dois semanais e mais alguns de periodicidade duvidosa. Entretanto, em toda essa folhagem impressa quase sempre os temas arte e cultura viviam espremidos.

Foi aí então que surgiu o Pipiri – O Jornal da Cultura. Isso mesmo, uma publicação inteiramente dedicada a arte e a cultura produzidas em Aracaju e seus intercâmbios com expressões vindas de outros cantos do mundo.

A estrutura que deu suporte ao projeto foi a Secretaria Municipal de Cultura. A secretária era Lânia Duarte e a produção e editoria foi entregue ao comando da jornalista Ilma Fontes. A ideia foi tão bem aceita que perdurou por diferentes gestões.

E assim circulou o Pipiri por um bom tempo, feito com muito carinho e empenho por quem passou por lá. De um modo quase artesanal, o jornal contou em sua concepção visual com o indelével traço do artista plástico Jorge Luiz e de outros.

O tempo e os gestores, entretanto, que tanto promovem quanto sufocam momentos luminosos, acabaram por encarcerar o Pipiri – O Jornal da Cultura, em salas escuras de arquivos mortos.

Agora, mostrando compromisso com a sua história de mais de 40 anos envolvidos com a arte sergipana, bem como com a gestão cultural, Neu Fontes arregaçou as mangas em favor de um resgate do Pipiri.

A ideia é produzir ainda este ano uma edição especial que apresente às novas gerações de artistas e produtores culturais essa página tão reluzente e vibrante de divulgação de nossa cultura artística: o Pipiri.

Que a memorável ideia seja semente e volte a dar bons frutos. Que sirva de farol para iluminar o caminho de início da nova gestão municipal que se aproxima. Aracaju e Sergipe andam carentes de publicações dedicadas aos temas arte e cultura.

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* Articulista Antonio Passos, é jornalista e professor

Texto e imagem reproduzidos do site: www jlpolitica com br

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