Artigo compartilhado do site JLPOLÍTICA, de 22 de Abril de 2025
“Eu acho que o Ivan Valença deixa duas lições preciosas para a vida sergipana: a do profissionalismo e a da dignidade pessoal. Ele exerceu essas qualidades com mérito. Ele não era um jornalista comum. Conta muito o fato de ter sido um grande crítico de cinema”.
“Eu tenho a impressão de que ao partir para uma nova vida, o Ivan Valença tenha ido muito feliz. Ele gostou de lá estar na companhia de astros e diretores de cinema, um povo sobre quem sempre pesquisou e escreveu muito bem. Ele não só fez bem ao jornalismo de Sergipe: Ivan Valença foi, no jornalismo, um grande professor. O que se pode dizer dele é que Ivan fez história”.
“O que eu tenho a dizer é que só guardo recordações boas do jornalista Ivan Valença. Para começar, foi o meu primeiro chefe de Redação na velha Gazeta de Sergipe lá em 1978. Acho que ele fez um grande bem ao jornalismo e à crítica de cinema no Estado de Sergipe. Ele tem ações exemplares nestas duas atividades. Ivan tinha conhecimento de causa.Tudo que qualquer pessoa precisavaconsultar sobre cinema, Ivan Valença sabia e era uma enciclopédia viva”.
Morrer não deve ser uma coisa ou uma causa boa. Mas, pelo menos, é algo muito digno que na hora de fechar a conta desta vida e passar para outra, a do chamado andar de cima, o saldo seja positivo. E, no caso do jornalista Ivan Valença, 81 anos, que partiu ontem, 21 de abril, este saldo exorbita nas três falas aí acima.
Elas são, por ordem de entrada neste texto, de Nilson Socorro, de Nazário Pimentel e de Elenilton Pereira. Os três são homens de comunicação e tiveram convivência próxima com o camarada Ivan Valença. Nilson, além das relações jornalísticas, o teve como compadre de pia batismal - Ivan e a esposa Ana, falecida em março de 2022, são padrinhos da primeira filha dele, Helena Cristina Almeida Socorro, 43 anos. Nazário Pimentel o teve comosócio fundador do Jornal da Cidade lá em 1972, e Elenilton, como disse, se inicia na Gazeta quando Ivan era editor-chefe.
Ivan Valença foi sepultado às 11h desta manhã de terça, 22 de abril, no Cemitério da Cruz Vermelha, aqui em Aracaju. E nada do que disseram dele os três amigos está fora da realidade. Ele era de fato um jornalistadiferenciado, e somente osdiferenciados marcam. Até enquanto as forças físicas o permitiram, Ivan Valença, sob uma bengalinha, esteve emparelhado com o jornalismo. Ele se debateu muito contra um diabetes perverso.
Até antes da pandemia de Covid-19, em 2020, Ivan sentava praça na bancada de jornalismo da Assembleia Legislativa de Sergipe e dali cutucava a classe política ao seu modo, numa coluna na Infonet, repetindo uma ação que se inicia lá no distante 1957.
“Na vida pública, foi secretário-adjunto de Cultura de Sergipe, presidente da Fundação Cultural de Aracaju e secretário de Estado da Cultura. À frente da Imprensa Oficial, liderou a criação da Segrase. Foi pioneiro ao fundar o primeiro vídeo clube de Aracaju e, nos anos 1980, criou uma gráfica voltada à produção de jornais para o interior. Representou Sergipe em festivais internacionais de cinema, como Cannes e Milão”, disse na segunda um texto da jornalista Verlane Estácio na Infonet. No tempo do vídeo cassete, Ivan tinha a maior locadora de filmes de Sergipe. Fez história ali.
Nilson Socorro, Nazário Pimentel e Elenilton Pereira estão corretos: Ivan não era mesmo um jornalista comum. “Agora na partida dele, eu vi um comentário do jornalista Luiz Eduardo Costa dizendo que “Ivan estava numa bela poltrona de cinema, rindo e dando pitacos pros diretores”. Não há como discordar desta opinião de LEC. É deveras real que ele esteja a frisar pros diretores: “Aquele corte foi horrível, precisava melhorar a trilha sonora!”. Era uma figura. Ivan, o Terrível!”, diz Nazário. Se houver eternidade, Ivan Valença, que ela lhe seja suave.
Texto e imagens reproduzidos do site: jlpolitica com br
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