Publicado originalmente no site do jornal O Povo, em 19/06/2017.
Walter Longo: Os desafios da comunicação na era pós-digital
Presidente do Grupo Abril, Walter Longo fala sobre as
mudanças que o mundo digital trouxe e defende a mídia tradicional
A migração das mídias para o mundo digital se dá por
mecanismo de adição e não por substituição. É a partir deste conceito que o
executivo Walter Longo estrutura seu raciocínio para tratar da comunicação no
que ele chama de Era Pós-Digital. Para o presidente do Grupo Abril, o grande
erro que o mercado midiático, de uma maneira geral, cometeu quando do advento
do mundo digital foi acreditar que ele substituiria as mídias tradicionais. O
que não ocorreu e nem ocorrerá, garante Longo nesta entrevista ao O POVO. Segundo ele, passados o medo e a excitação
advindos da chegada do ‘novo mundo’, leitores e anunciantes estão voltando para
as mídias tradicionais. Na entrevista, Longo reflete ainda sobre o papel das
redes sociais nos meios de comunicação.
O POVO – Um dos temas que você trata em suas palestras são
os desafios da Era Pós-Digital. Você acredita que nós já atravessamos a era
digital e estamos vivendo numa etapa posterior?
Walter Longo – Há uns 15 ou 20 anos, quando o mundo digital
apareceu, ele gerou simultaneamente excitação e medo. As pessoas ficavam
excitadas ao poderem descobrir a música que está tocando no ambiente, graças ao
Shazam, e ao mesmo tempo a gente tinha medo de botar o cartão no site, porque
achava que iriam clonar. Sempre que um mundo novo aparece, a gente sente
excitação e medo ao mesmo tempo. Quando os portugueses chegaram nas praias
brasileiras, os índios ficavam com aquela sensação simultânea de excitação e
medo. Então, essa sensação foi o que fez o mundo digital. Nos últimos 15, 20
anos essa sensação de excitação e medo foi diminuindo e foi aumentando a
sensação de algo que é comum, cotidiano, normal. As pessoas se acostumaram com
o digital a tal ponto, que hoje a gente diz que está na era pós-digital. Uma
era em que o digital é como o ar, você só vai sentir quando faltar. Já faz
parte da vida da gente, de toda a população brasileira, não só de uma casta.
Hoje todo mundo tem um celular, todo mundo pode falar com quem quiser em
qualquer lugar do mundo. Quer dizer, esse mundo digital hoje está presente na
vida de todos nós. Então, a gente chama de Era pós-digital, porque daqui para
frente o digital não é mais novidade, não é mais surpresa, não é mais nada, é
simplesmente o modo de você se relacionar com o mundo.
OP – O meio da comunicação foi um dos mais impactados com o
advento da era digital. Notadamente nos últimos 10 anos, os veículos impressos,
jornais e revistas, sentiram um baque muito grande por conta do avanço do
digital. Você consegue ver alguma possibilidade de superação do impacto inicial
dessa crise?
Walter – Primeira coisa importante, até 10, 15 anos atrás,
tínhamos um bolo com quatro pedaços: revista, jornal, TV e rádio. Agora esse
bolo tem 12 pedaços. É claro que o pedaço de todo mundo fica menor. Por mais
que o bolo cresça, sempre será um pedaço menor. Em primeiro lugar, nunca mais
teremos o mesmo share de mercado que tivemos porque hoje está dividido entre
muito mais alternativas de mídia. Estou falando na área de mídia, na área da
propaganda, de anunciar etc. Passada a excitação do digital, as pessoas estão
voltando para os meios tradicionais. Entendendo que o digital não é a solução
para todas as necessidades de Marketing. Que, por exemplo, nos aspectos de
branding, as mídias digitais não são ideais nem otimizadas o suficiente. As
pessoas estão entendendo que, no fundo, a migração para o mundo digital é um
mecanismo de adição e não de substituição. Não vamos entrar na mídia digital em
vez da mídia tradicional. Vamos adicionar ao nosso arsenal de ferramentas à
mídia digital. Está havendo um retorno a um equilíbrio maior, onde as pessoas
estão entendendo que o papel da mídia tradicional continua existindo e continua
importante. Isso enquanto propaganda. Agora, falando em termo de consumo de
conteúdo, aí o que a gente tem é uma visão dividida. Até pouco tempo atrás, a
mídia em geral era responsável por suprir, nutrir, três tipos de curiosidade
humana.
OP – Quais são estes tipos?
Walter – Temos três tipos de curiosidade, todos nós. A
curiosidade diversiva, que é aquela curiosidade genérica, superficial. A gente
quer se sentir seguro no mundo, então quer saber quem ganhou o jogo ontem, como
está o trânsito, se vai chover. Essa sensação de estar sob controle do nosso
entorno. Esta é a curiosidade diversiva, vamos dizer que abrangente e genérica.
Depois, você tem a curiosidade empática, que é a curiosidade que eu tenho em
relação a outras pessoas. Quem casou com quem, quem foi promovido, quem foi
demitido... A origem da fofoca é a curiosidade empática. E aí você tem a
curiosidade epistêmica, que é a curiosidade de saber por que estas coisas
acontecem, qual a consequência deste fato. É a curiosidade mais profunda, mais
estratégica, mais analítica. O que ficou claro é que a curiosidade diversiva e
a empática foram para a internet, e sobrou para a mídia tradicional a
curiosidade epistêmica. As empresas de mídia tradicional que souberem que o
papel delas agora é a curiosidade epistêmica, que elas vão ter que não apenas
dar o fato, mas principalmente dizer o porquê do fato, qual a consequência do
fato. Estas terão longa vida. Não os jornais que somente noticiarem um fato,
fato este que quando ele noticia no dia seguinte 100% da população já soube um
dia antes... Se for somente o fato, esquece, não têm mais serventia. Esta
curiosidade diversiva e a empática foram para o mundo digital. Sobrou para o
tradicional a epistêmica, que continua sendo importante. As pessoas continuam
precisando entender por que as coisas acontecem, qual é a consequência disso.
OP – O quanto você atribui à credibilidade dos veículos de
comunicação consolidados este retorno à normalidade?
Walter – Diria para você que tem tudo a ver com a perda da
excitação e entrar na realidade. A gente está percebendo que no mundo digital
existe o fake news... O fake news é a maior oportunidade de reposicionamento da
mídia impressa que surgiu na última década. Por alguma razão, não estamos
fazendo nada. A gente deveria estar fazendo, em conjunto, todas as empresas, os
editores, uma enorme campanha sobre credibilidade, sobre reputação... A gente
não está aproveitando essa verdade absoluta de que a informação no meio digital
padece de uma falta de credibilidade absoluta. Para os anunciantes também está
se percebendo que existe hoje uma coisa que chama click factory, ou seja, pelo
mundo inteiro estão espalhados milhares de celulares que são robôs e ficam
clicando nas notícias, parecendo que você está sendo lido ou percebido e na
verdade não está. Então, tem uma série de coisas acontecendo no mundo agora que
mostra que o digital é importante e veio pra ficar, mas não posso abandonar o
que eu fazia antes. Não posso jogar o bebê junto com a água do banho, como eu
vinha fazendo. Só percebe depois de passado a excitação inicial.
OP – Como você vê o uso que o jornalismo está fazendo das
multiplataformas?
Walter – A gente tem, no Grupo Abril, cinco crenças
importantes. A primeira delas é que a migração para o mundo digital vai se dar
por mecanismo de adição e não por substituição. Então nós, que tínhamos apenas
as revistas, passamos a ter o site, o paywall, o aplicativo, o prêmio, o
evento. Passamos a ter um monte de coisas. Entendendo que o mecanismo é de
adição, não de substituição. Então, não vou parar de fazer a revista para ter o
digital. Vou fazer a revista e o digital e o aplicativo. Segunda crença: a
Abril é uma house of brands e não uma house of media. Não faço apenas mídia,
tenho marcas e elas podem ser utilizadas para um monte de outras coisas além da
mídia. Então, sou uma casa de marcas e não apenas uma casa de mídia. Com isso
tenho a Exame, que eu faço a revista, o aplicativo, o prêmio Exame, o Maiores e
Melhores, os seminários, a mentoria... Posso embaixo da marca Exame colocar um
monte de produtos, subprodutos etc.
OP – Qual a próxima crença?
Walter – A nossa terceira grande característica é que posso
e devo diminuir o muro que separa a notícia da propaganda sem perder
credibilidade. O branded content começou a explodir de crescimento, ou seja,
marcas que junto conosco passam a produzir conteúdo. Em vez de botar um anúncio
de página dupla, põe duas páginas contando coisas importantes, interessantes
sobre aquela marca, aquele produto, sendo que em cima está escrito “Santander
apresenta”, “Sony apresenta”. Não é que eu queira enganar o leitor. Está
sinalizado e as pessoas vão ler como conteúdo. Marcas também tem muita
expertise. Por que elas não podem gerar conteúdo e portanto trazer conteúdo
adicional para a revista? Então, uma revista que hoje tem 100 páginas de
conteúdo e 50 de propaganda, pode ter 150 de conteúdo! Einstein é que estava
certo “Ec=Mc, every company is a media company”. (Toda empresa é uma empresa de
mídia)
OP – Quais as outras duas?
Walter – A quarta crença é que devemos desenvolver na
organização a ‘cultura autoral’. Há pouco tempo ninguém sabia quem estava à
frente das empresas. Ninguém sabia quem era o presidente da Boeing, quem era o
presidente da General Motors... Hoje, todo mundo sabe quem é o presidente do
Facebook, quem é o presidente da Apple. Você hoje tem uma pessoa à frente das
marcas. O mundo digital trouxe esse protagonismo para as pessoas. E
infelizmente a indústria de editores ainda não percebeu isso. Ninguém sabe quem
é o editor de Claudia, quem é o editor da Exame, quem é o editor de Veja...
Está errado. A gente precisa dar a eles o protagonismo que eles merecem. Então,
em todas as campanhas nossas, eles apresentam o que trouxeram naquela semana, a
gente estimula que eles tenham colunas noutras revistas, a participar de
eventos e ser protagonistas. A gente tinha medo que o protagonismo do editor
fizesse com que ele amanhã saísse, fosse embora. Só que, se a gente não der
protagonismo, ele vai embora, e monta um blog como O Antagonista (risos). Essa
é a realidade.
OP – A razão da ausência desta cultura autoral era o medo
mesmo?
Walter – Acho que era o medo ou a não visão da importância.
Quero que a editora de Elle tenha mais seguidores no Twitter que a revista
Elle. Quero que ela seja uma expert, uma especialista naquele assunto. Quero
que ela tenha um canal no YouTube e que eu ajude a produzir o canal para ela, e
que ajude a vender patrocínio e que ela ganhe comigo do patrocínio que eu
venda. Esta é a atitude que acho que a gente tem que ter.
OP – Você tocou num ponto em que eu queria chegar, o
audiovisual. Como o Grupo Abril está lidando com essa plataforma?
Walter – O 23º andar do Grupo Abril era um restaurante, a
gente transformou num grande estúdio. A gente produz uma média de 50 a 60
vídeos por dia. Temos uma aliança com o Facebook, onde esses vídeos são
disponibilizados, além de um monte de programas ao vivo que a gente está
fazendo. A gente tem uma produção de conteúdo muito grande. Por duas razões. A
primeira é que vai para o Facebook, para o YouTube, para todas as mídias
sociais. A segunda é porque todas as nossas revistas agora têm o mobile view.
Você agora tem a revista, você está lendo, aí de repente você vê um símbolo e
sabe que ali tem mais informação. Você põe o celular em cima, por
reconhecimento de imagem ele começa a dar o restante daquela matéria, ou o
trailer daquele filme, ou uma página adicional daquele livro. Então para que a
gente possa ter essa quantidade de informação adicional em vídeo, a gente
produz hoje uma montanha de vídeos que a gente insere na revista e ao mesmo
tempo disponibiliza nas redes sociais. E a quinta crença, que tem a ver com
isso, é que a gente pode ganhar dinheiro não apenas na mídia, mas também
através da mídia.
OP – Você poderia explicar melhor esse conceito?
Walter – A gente pode ser gerador de vários negócios, aonde
eu ganho dinheiro através da mídia. Exemplo: todas as revistas de decoração, de
moda etc, se você quiser comprar qualquer das coisas que está na revista, você
viu uma cadeira achou bacana, gostou, põe o celular em cima, aparece um
carrinho, você compra e continua lendo a revista e eu entrego. Criei um negócio
de e-commerce, a gente criou um monte de outros negócios como este de media for
equity (modelo de investimento alternativo que tem como principal objetivo
diversificar o fluxo de receita de uma empresa). A gente passou a fazer
parcerias com empresas, onde a gente entra com a propaganda ou com o espaço,
eles entram com o produto, e a gente criou o Go Box (um clube de assinatura),
onde agora vendo assinatura de produtos. Então, tenho um Go Box de vinhos, onde
vendo assinatura de vinhos; assinatura de fraldas, assinatura de meias, vendo
assinatura de tudo. Divulgo nas minhas revistas, na minha mídia digital.
Gerencio a assinatura, porque é a mesma coisa que gerenciar assinatura de
revistas, e entrego porque tenho a maior empresa de logística, depois dos
Correios, no Brasil, que é a Total Express. Então, com essas cinco crenças a
gente está revisando o modelo de negócios.
OP – Voltando ao audiovisual, queria que você falasse um
pouco sobre sua estratégia para esta mídia especificamente.
Walter – Durante muito tempo éramos ilhas, absolutamente
individualizadas, onde eu tinha a TVeja dentro do meu site e quem quisesse
vinha e assistia no meu site. A gente passou a entender, como dizia o Milton
Nascimento, que a gente tem de ir aonde o povo está. E não pedir que ele venha
até a gente. Então, começamos a ir para as redes sociais, todas elas, mas na
verdade quando a pessoa clica naquele programa da TVeja, que está na rede
social da Veja, ela cai no meu site. É uma forma de você monetizar ou trazer
para o seu site um monte de audiência, que hoje na timeline do Facebook ou no
YouTube, onde for. Então, a gente está, no fundo, indo para as redes sociais
como um caminho para que as pessoas venham para os nossos sites.
OP – Na verdade, são duas questões. A primeira é que existe
uma crença que a audiência do Facebook não migra para os sites.
Walter - Migra sim. Não migra tanto! Migra só quem se
interessa, mas é assim mesmo. Novamente, todo mundo que quer curiosidade apenas
diversiva ou empática não migra. Todo mundo que vai em busca da curiosidade
epistêmica migra. É isso, só isso.
OP – A outra questão é a duração de seus produtos
audiovisuais. A TVeja tem uma característica muito própria que são os programas
com longa duração...
Walter – Sem preocupação com o tempo! É o chamado tempo
real, não é o tempo eletrônico, aquela coisa que tem uma pressa, não é? Existe
um açodamento na mídia eletrônica em geral, que é uma coisa meio absurda.
Novamente, estamos preocupados com as pessoas que têm curiosidade epistêmica.
Filmetinhos, programetes de três minutos tem muita gente fazendo e fazendo bem.
Não é o nosso negócio! Nosso negócio é ir fundo no assunto. Então, temos, sim,
formatos que diminuem a sua audiência mas que qualificam essa audiência. E aí
vem um outro problema que é o seguinte: infelizmente hoje a mídia programática,
que vende mídia no mundo digital, não está fazendo muita distinção entre
qualidade editorial ou não. Então, se eu tiver uma entrevista com o ministro
Meirelles e ao lado tiver um vídeo do cachorro que leva um porco para passear é
vendido igual pelo Google. E não é assim. Porque tem um negócio chamado
ambiente editorial, qualidade premium do conteúdo e tudo mais. O que precisamos
agora, nesse momento, é rever esta perda de equiparação qualitativa de
conteúdo, aonde o que eu produzo de alta qualidade, e pago um repórter caro
etc, acaba sendo vendido na mídia digital sem essa percepção de diferenciação
de qualidade. Temos que mexer nisso. A indústria como um todo. Não faz sentido
ter um blogueiro aqui em Fortaleza e você ser do jornal O POVO e quando você
põe no Google para ele vender a tua programática, você entra pelo mesmo preço
que entra o blogueiro. Não faz nenhum sentido isso. Vamos mexer nisso.
OP – Como você vê essa tensão dos geradores de conteúdos com
as redes sociais?
Walter – É uma tensão que está neste momento plantada no
mundo inteiro. Muita gente chama as mídias sociais, começou pelo Google, depois
foi ao Facebook, de ‘frienemy’, que é uma mistura de Friend com Enemy, essa
visão que somos amigos e inimigos. Não acho que as redes sociais sejam nossos
inimigos. A forma como os anunciantes estão percebendo o digital, e que agora
está mudando, é que é o problema. Uma rede social que eu possa colocar lá tudo
o que estou produzindo, que um bilhão de pessoas vão lá e fiquem sabendo tudo o
que tenho a oferecer, eu acho ótimo! Vai ser muito mais fácil atingir as
pessoas do que ficar pedindo para elas virem no meu site ou entrarem na minha
timeline. Agora, isto, por outro lado, não tem nada a ver com a venda de mídia
programática, que está equiparando qualidades muito diferentes de conteúdo.
Isso precisamos mexer.
OP – Existe uma super empolgação com as redes sociais?
Walter – Você acredita que tem empresa de comunicação que
quer like no Facebook? Isso é uma bobagem gigantesca!! (risos). Faz uma
promoção “ganha uma batedeira elétrica” e você consegue dois milhões de likes.
O que significa isso? Isso não quer dizer nada! Agora, tem uma questão mais
técnica, de algoritmos. O Facebook alterou os algoritmos e isso prejudicou
muito as empresas de conteúdo, como nós. Hoje, se eu der um like num churrasco
na laje da minha empregada vou ver muito mais notícias de churrasco na laje do
que um texto de Foucault. Essa mudança de algoritmo prejudicou muito, porque
temos que dar para o povo não apenas o que ele quer, mas também o que ele
precisa. Precisamos dar cultura para o povo. Hoje, os algoritmos estão fechando
as pessoas. Então se gosto de sertanejo, e entro no Spotify com sertanejo, vou
ouvir sertanejo o resto da vida (risos). Então, essa tentativa de agradar as
pessoas está indo muito em detrimento da população. Está criando uma população
sectária, divisionista, quando na verdade a gente precisaria ter uma população
cada vez mais tolerante, mais aberta para as diferenças. As redes sociais têm
um lado bom, de reunir pessoas numa grande praça, só que depois divide em
mini-tribos, por causa do algoritmo, o que está prejudicando a convivência.
PERFIL
Walter Longo é graduado em Administração de Empresas e
especialista em Marketing.
Em mais de 40 anos de carreira já atuou no Grupo
Young&Rubicam; presidiu a TVA, empresa de TV por assinatura do Grupo Abril;
montou sua própria empresa de consultoria de marketing, a Unimark/Longo;
presidiu o Grupo Newcomm Bates; fundou e presidiu a Synapsys, a primeira
empresa de Advertainment do País; é palestrante e autor de vários livros sobre
Marketing e atualmente preside o Grupo Abril, um dos maiores grupos de
comunicação da América do Sul.
PERGUNTA DO LEITOR
Jefferson Cândido, estudante de Jornalismo
LEITOR – Como falar de jornalismo impresso para uma geração
que já nasceu digital?
Walter – A geração dos millennials é uma geração que hoje,
infelizmente, por culpa dos pais, não tem uma preocupação com conteúdo e tem
uma curiosidade muito baixa. A gente brinca, normalmente, dizendo o seguinte: a
adolescência é uma doença que passa com a idade. Passava aos 18, agora está
passando aos 35. Não é? Aos 18, 19, eu começava a pensar em casar, começava a
pensar em trabalhar, para isso eu precisava ler um jornal, saber o que está
acontecendo no mundo, precisava pesquisar, estudar e começava a entrar nesse
mundo. Você não ficava no entretenimento a vida toda. Isso vai acontecer com
todos os millennials que estão aí aos 35. Ou seja, aos 35 anos, eles vão casar,
vão ter filhos, vão trabalhar e ao fazer tudo isso vão ter necessidade da
curiosidade epistêmica. E nós continuaremos úteis para eles. Enquanto isso, as
pessoas com 40 anos vão viver até os 80! Então também temos leitores que hoje
vivem muito mais Então, deixe os millennials continuarem na sua frugalidade, na
sua superficialidade porque isso passa com a idade, quando eles forem assumir
algum compromisso. É um tipo de habitante desse planeta que está mais
preocupado com o fim do mundo que com o fim do mês, até que surja a realidade.
e aí ele vai ter a necessidade da informação crível, não vai se ligar em fake
news e vai passar a separar o relevante do irrelevante, o útil do inútil.
Texto, foto e vídeo reproduzidos dos sites: YouTube e opovo.com.br
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