Nome: DANTAS, Orlando (dep.fed SE)
Nome Completo: ORLANDO VIEIRA DANTAS
Tipo: BIOGRAFICO
Texto Completo:
DANTAS, Orlando
* dep. fed. SE 1951-1955.
Orlando Vieira Dantas nasceu em Capela (SE) no dia 28 de
setembro de 1900, filho de Manuel Correia Dantas, governador de Sergipe entre
1926 e 1930, e de Adelina Vieira Dantas.
Proprietário rural e empresário da agroindústria açucareira,
formou-se em engenharia civil, no Rio de Janeiro (então Distrito Federal), em
meados da década de 1920. De volta a Sergipe, em 1934 militou no Partido Social
Democrático de Sergipe. Em 1945,
ingressou na União Democrática Nacional (UDN) e mais tarde na Esquerda
Democrática, em cuja legenda elegeu-se para a Assembleia Constituinte estadual
em 1947. Mais tarde, filiou-se ao
Partido Socialista Brasileiro (PSB), fusão da Esquerda Democrática com outras
correntes políticas, do qual foi um dos fundadores em Sergipe.
Deputado federal (1951-1953)
Em outubro de 1950, elegeu-se deputado federal por Sergipe
na legenda da Aliança Popular, coligação do PSB com o Partido Trabalhista
Brasileiro (PTB) e o Partido Social Progressista (PSP). Nesse mesma pleito, Getúlio
Vargas foi eleito presidente da República. Deixando a Assembleia sergipana em
janeiro de 1951, Orlando Dantas assumiu o mandato de deputado federal no mês
seguinte.
Em dezembro de 1951, Getúlio enviou ao Congresso um projeto
propondo a criação de uma sociedade de economia mista, a Petrobrás, para a
exploração do petróleo no país. Dantas participou do debate em torno do projeto
como congressista e como homem de imprensa. Em maio de 1952, antes que o
projeto começasse a ser discutido em plenário, o governo apresentou um
requerimento de emergência aprovado posteriormente, apesar das manifestações
contrárias da minoria, para o encaminhamento dos debates, de modo a evitar que
o controle da matéria lhe escapasse. Orlando Dantas declarou ser o
requerimento suspeito, por estar em consonância com a campanha feita pela
imprensa, financiada pela Standard Oil, visando a defesa de um projeto
prejudicial à economia do país.
Na sessão da Câmara de 6 de junho, a UDN encaminhou um
substitutivo assinado por representantes dos principais partidos
políticos. Orlando Dantas o assinou
pelo PSB de Sergipe. Este substitutivo apresentava como proposta a criação de
uma empresa estatal (Empresa Nacional de Petróleo - Enape) e incorporava
diversas sugestões feitas no memorando enviado à Câmara, em maio de 1952, pelo
Centro de Estudos e Defesa do Petróleo e da Economia Nacional (CEDPEN), um dos
principais promotores da campanha pelo monopólio estatal do petróleo.
Depois de muita discussão, o projeto original saiu da Câmara
com alterações significativas. Foram
aprovadas emendas que tornaram mais nítido o controle do Estado na nova
empresa. Modificaram-se os dispositivos
referentes à participação dos estados da Federação na distribuição da receita
do Imposto Único sobre Combustíveis Líquidos e Lubrificantes. Por outro lado, foram incluídos dispositivos
relativos à participação dos estados produtores nos resultados da atividade da
empresa. A Petrobrás só viria a ser criada em 3 de outubro de 1953, através da
Lei nº. 2.004, sancionada por Getúlio Vargas.
Líder
do PSB na Câmara a partir de março de 1952, tentou a reeleição em outubro de
1954, dessa vez na legenda da Aliança Social Democrática – coligação do PSB com
o Partido Social Democrático (PSD) e o Partido Republicano (PR). Obteve apenas a segunda suplência e, deixando
a Câmara em janeiro de 1955, a ela não retornou na legislatura seguinte.
No pleito de outubro de 1962, elegeu-se quarto suplente de
deputado à Assembleia Legislativa de Sergipe, na legenda do Partido Rural
Trabalhista (PRT), não chegando a exercer o mandato. Com a extinção dos partidos políticos pelo
Ato Institucional n.º 2 (27/10/1965) e a posterior instauração do
bipartidarismo, tentou candidatar-se a senador em 1966 por Sergipe na legenda
do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime
militar instalado no país em abril de 1964, mas a agremiação não acolheu sua
candidatura. Em 1968 ingressou na Aliança Renovadora Nacional (Arena), partido
de sustentação ao regime militar.
Além de suas atividades no ramo açucareiro e na política,
foi diretor-presidente da Gazeta de Sergipe, jornal de sua propriedade.
Faleceu em Aracaju no dia 9 de abril de 1982.
Era casado com Dulce Meneses Dantas, com quem teve quatro
filhos. Um deles, Hélio Dantas, também seguiu a carreira política
Publicou O problema açucareiro em Sergipe (1944), Aspectos
da política sergipana (1953), Análises da inflação no Brasil (2ª. ed., 1957),
Movimento cultural de Sergipe, Planificação econômica de Sergipe e A vida
patriarcal em Sergipe (1981).
FONTES: CÂM.
DEP. Deputados; CÂM. DEP. Relação nominal dos senhores; CISNEIROS,
A. Parlamentares, Grande encic. Delta;
NÉRI, S. 16; TRIB. SUP. ELEIT.
Dados (1, 2, 3 e 6).
Texto reproduzido do site: fgv.br/cpdoc/acervo
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