Visitando a Imprensa Sergipana: Uma análise dos editoriais
da Gazeta de Sergipe durante a Ditadura Militar (1964)
Carla Darlem Silva dos Reis1
Resumo:
A pesquisa analisa os editoriais do jornal Gazeta de Sergipe
(GS), para compreender o pensamento político-ideológico do periódico a respeito
do golpe civil-militar e entender a relação história-imprensa e repressão em
Sergipe no primeiro ano do golpe militar. Para tanto, foram pesquisados, no
acervo da Biblioteca Pública Epifânio Dória, os editoriais desse jornal, que
versavam sobre a política no ano de 1964. A escolha da GS se deu por esse
periódico ser de grande importância na imprensa sergipana e também por conta da
dicotomia apresentada por ele. Era um jornal dito de oposição e foi o único,
nessa situação, que continuou circulando após o golpe. Para entender quais os
motivos que levaram os militares a permitir a circulação desse periódico mesmo
durante os anos de chumbo é que esse estudo vem sendo desenvolvido. Sentimos a
necessidade de questionar a sua mudança político-ideológica durante o primeiro
ano do regime. Para isso foi feito um comparativo entre os editoriais que
antecedem o golpe e os posteriores. Quanto à sua estrutura, era um diário de
diagramação simples e linguagem direta, com aproximadamente oito páginas. A metodologia
desse estudo se construiu através da leitura, catalogação e análise dos
editoriais cruzando-os com a produção historiográfica sobre História e
Imprensa, História Política e História Cultural, utilizando autores como René
Remond, Marialva Barbosa, Roger Chartier, Nelson Werneck Sodré, René Dreifuss,
Vamireh Chacon, entre outros, para identificar e discutir os principais temas
veiculados por esse jornal de grande expressão na sociedade sergipana. Em uma
pesquisa historiográfica se faz essencial à delimitação do espaço temporal. O
espaço é o estado de Sergipe, pois naquele ano tínhamos um governador, o senhor
Seixas Dória, partidário das causas nacionalistas e que foi preso pelos
militares. A necessidade de acompanhar o primeiro ano da repressão militar em
Sergipe em um meio de comunicação justifica a delimitação do espaço e do tempo
do estudo. De janeiro a dezembro de 1964 é o período trabalhado por apresentar
dois extremos. Após a análise observamos dois momentos distintos nesse jornal,
antes do golpe (de janeiro a março) o periódico apresentava uma visão política
muito forte, mas após 1º de abril os editoriais políticos cessam; de maio a
dezembro temos uma coluna (que cumpre o papel do editorial) versando sobre
comportamento, moda e beleza. Através dessa análise conseguimos perceber que
não apenas o periódico, mas toda a sociedade sergipana sofreu uma repressão
expressiva por ter lideranças políticas fortes e a Gazeta de Sergipe, teve que
adaptar-se ao novo momento político vivido no país para que assim pudesse
continuar circulando. À guisa de conclusão podemos afirmar que fontes, como
jornais, se tornam imprescindíveis para a realização de estudos que possuem
lacunas como possibilitando-nos esclarecer dúvidas e preencher esses espaços em
temas como história e imprensa durante a ditadura militar em Sergipe.
Palavras-chave: Ditadura/Imprensa/Sergipe
INTRODUÇÃO
Esse artigo é parte do Trabalho de Conclusão do curso de
licenciatura em História intitulado História da Imprensa em Sergipe: Uma
análise dos editoriais da Gazeta de Sergipe (1964-1968) – ainda em fase de
desenvolvimento -, pela Universidade Federal de Sergipe, orientado pela profª
Drª Célia Costa Cardoso. Utilizando o jornal Gazeta de Sergipe como fonte
primária para o desenvolvimento da pesquisa.
A partir de 1930 com o advento da escola dos Annales, o
conceito de fonte histórica é modificado e materiais como imagens, cartas e
periódicos são elevados à categoria de fonte. Mesmo considerado como fonte, os
jornais não ganham credibilidade de imediato, pois alguns historiadores
acreditavam que eles “pareciam pouco adequados para a recuperação do passado,
uma vez que [...] continham registros fragmentários do presente, realizado
sobre o influxo de interesses, compromissos e paixões”. (LUCA, 2006:112). E
estudos baseados nos periódicos só ganham força, ao menos no Brasil, na década
de 1970.
Embora o interesse pelo estudo da imprensa se amplie a
partir de 1970, podemos observar produções de décadas anteriores. Tornou-se um
clássico o livro História da Imprensa no Brasil (1999), de Nelson Werneck
Sodré, que faz um apanhado da imprensa no Brasil desde a origem em 1808,
analisando de que maneira a imprensa influencia na sociedade.
A mídia está presente constantemente na vida das pessoas,
formando ou auxiliando na criação de opiniões. Durante muito tempo o meio
midiático mais influente era o jornal impresso, pois estava ao alcance de todas
as classes sociais. E os governantes viam na imprensa um meio para disseminar
suas ações e a oposição utilizava-se para denunciar os possíveis erros da
situação já que é um meio formador de opinião e um elemento de controle social,
ideológico e político.
Quando o Estado muda o regime de democrático para ditatorial
uma das primeiras providências tomadas é o controle dos meios de comunicação.
No Brasil temos dois exemplos, o primeiro de 1937-1945, quando se deu o Estado
Novo, durante esse período a imprensa sofreu uma mudança, passando a ter um
caráter nacionalista. A fala do Estado é alargada, enquanto a da população é cada
vez mais silenciada. Para Marialva Barbosa “falar em imprensa no Brasil dos
anos 1930 é perceber as suas relações com o Estado” (2007:109), pois ele ditava
o que podia ser publicado, agindo através do DIP (Departamento de Imprensa e
Propaganda), que fiscalizava editoriais e notícias dos jornais.
Em primeiro de abril de 1964 temos o segundo momento de poda
à Imprensa, pois o Brasil assistiu a mais um golpe de Estado e à mais uma
censura. O golpe se instaurou com a alegação de querer salvar a nação do “perigo
comunista”, modificando todos os âmbitos da sociedade. “A grande imprensa louva
a queda do presidente João Goulart” (BAHIA, 1990: 321), mas nem desconfia o
quão prejudicial seria esse período para a liberdade midiática brasileira.
Após um período de liberdade de imprensa, que vai do final
de 1945 ao início de 1964, a censura volta a imperar sobre a mídia tendo como
ápice da repressão o período de instauração do AI-5 (13 de dezembro de 1968).
Esse Ato Institucional “impõe total controle dos meios de comunicação de massa,
sujeitando jornais, revistas [...] à censura prévia” (idem, 1990: 313). Todos
os meios de comunicação e formas de expressão, incluindo música e teatro,
estavam sujeitos ao crivo da censura.
Os periódicos são os primeiros a serem censurados, por
possuírem um maior alcance social. A repressão se deu em todo o território
nacional e em Sergipe não foi diferente. Segundo Ibarê Dantas, quando se deu o
golpe circulavam em Sergipe “quatro emissoras de rádio [...] um jornal diário
(Gazeta de Sergipe), um jornal semanal (Folha Popular), um periódico da UDN, e
o Diário Oficial”. Em 1964 o Exército controlou as rádios, invadiu os jornais e
decidiu que a GS continuaria circulando, mas ficaria submetida à censura
prévia.
A Gazeta de Sergipe (GS) foi fundada por Orlando Dantas,
industriário sergipano que se dizia socialista, iniciando suas atividades em
1958. Enquadrado como um jornal partidário do socialismo, era de supor que esse
periódico tivesse sido extinto com o golpe de 1964. No entanto, ele foi um dos
poucos jornais que continuaram a circular em Sergipe no período da repressão,
pois era o jornal de maior alcance no estado.
A escolha da GS para análise deu-se justamente por essa
dicotomia apresentada pelo periódico. Era um jornal que se dizia favorável às
causas trabalhistas tendo como proprietário um grande industriário. Um
"jornal socialista" que continuou circulando num regime ditatorial,
que visava abolir os regimes comunistas e socialistas. Quanto à sua estrutura,
era um jornal diário de diagramação simples e linguagem direta, com
aproximadamente oito páginas.
Em uma pesquisa historiográfica se faz essencial à
delimitação do espaço temporal. O espaço é o estado de Sergipe, pois no ano de
1964 tínhamos um governador, o senhor Seixas Dória, partidário das causas
nacionalistas e que foi preso pelos militares. A sociedade sergipana sofreu,
portanto, uma repressão expressiva por ter lideranças políticas fortes. De
janeiro a dezembro de 1964 é o período trabalhado por apresentar dois extremos.
Nos primeiros meses temos editoriais com forte posição política, de maio a
dezembro temos uma coluna (que cumpre o papel do editorial) versando sobre
comportamento, moda, beleza e concurso de miss em Sergipe. A necessidade de
acompanhar o primeiro ano da repressão militar em Sergipe em um meio de
comunicação justifica a delimitação do espaço e do tempo do estudo.
Para entender quais os motivos que levaram o exército a
permitir a circulação de um "jornal socialista" mesmo durante os anos
de chumbo é que esse estudo vem sendo desenvolvido. Sentimos a necessidade de
questionar a sua mudança político-ideológica durante o primeiro ano do regime.
Para isso foi feito um comparativo entre os editoriais que antecedem o golpe e
os posteriores. Objetivando, da mesma forma, analisar os editoriais do ano de
1964; para compreender a relação história e imprensa através da mudança
político-ideológica da Gazeta de Sergipe.
Tomando o jornal como objeto da pesquisa histórica, o
material utilizado como fonte são os editoriais da Gazeta de Sergipe, do
período de janeiro a dezembro de 1964. A seleção dos editoriais foi realizada
na Biblioteca Pública Epifânio Dória (BPED).
Ao iniciarmos uma pesquisa devemos delimitar a maneira com a
qual ela será conduzida. Para Itamar Freitas (2009), o historiador de ofício
age com método, pois busca chegar a algum lugar. Agir sem métodos seria então,
sair em busca do nada. De acordo com Itamar Freitas, o método histórico tende a
adaptações, no entanto, seu cerne será o mesmo. Para Jorge Grespan (2005), não
é designar os métodos como uma receita que não deve ser alterada, muito menos
limitar-lhe como uma simples forma de indagar a autenticidade, mas,
reconhecê-los como peças-chaves dos estudos desenvolvidos, os quais buscarão
aperfeiçoamentos e diálogos com outras ciências. Por essas razões decidimos
tratar o objeto com a metodologia explicitada a baixo.
Foram pesquisadas edições de 1º de janeiro de 1964 a 31 de
dezembro de 1964, contabilizando um total de doze meses, aproximadamente 364
exemplares. Destas edições foram selecionados 108 editoriais que versavam sobre
política em Sergipe, no Brasil e no mundo, e quando da ausência dos editoriais
políticos analisamos uma coluna que, de certo modo, substitui o editorial
versando sobre comportamento para fazermos um comparativo.
Para que pudéssemos desempenhar melhor a pesquisa os
editoriais foram digitalizados, resumidos e separados cronologicamente. Após
essa “catalogação” foram analisados, juntamente com leituras de obras
historiográficas sobre o período e notícias dispostas no decorrer do jornal,
para que pudéssemos observar a linguagem e o público alvo do jornal, já que os
editoriais são a essência do jornal mostrando a sua posição frente aos
acontecimentos do país.
1964: A POLÍTICA VISTA ATRAVÉS DOS EDITORIAIS DA GAZETA DE
SERGIPE.
O editorial é a parte “introdutória” de um jornal, possui
algumas características únicas, diz ser imparcial e expressar a posição
social-ideológica de um jornal, além de, não ser assinado, pois ele representa
a “voz” do jornal como um todo e não apenas de um jornalista, ou do diretor do
jornal. Na GS, o editorial localizava-se na 2ª página.
A Gazeta de Sergipe era conhecida por ser um jornal defensor
das causas trabalhistas e defensor de causas sociais como a Reforma Agrária e a
alfabetização pelo método Paulo Feire. A partir daí alguns questionamentos são
levantados. Será que através da leitura dos editoriais podemos definir o
posicionamento político desse periódico? E sendo partidário do socialismo seus
editoriais foram modificados durante os primeiros meses do Golpe Militar, para
que pudesse continuar circulando? Para responder esses questionamentos,
analisamos os editoriais que possuíam caráter político, cruzamos com matérias
alocadas no jornal que versavam sobre o mesmo tema e observamos o nível de
abrangência das notícias.
De janeiro a março: Formação política e ideológica da Gazeta
de Sergipe.
O editorial de primeiro de janeiro era homônimo ao ano:
"1964". Um dos editoriais mais intrigantes analisados, pois nas suas
linhas pareciam ser desenhados os prenúncios do golpe. Dando boas vindas à esse
ano considerado pelos jornalistas como marcante à história do povo brasileiro,
o jornal tece comentários positivos ao governo de João Goulart, que para o
jornal, havia permitido a organização das classes trabalhadoras, bem como o
beneficio de exercer os direitos políticos, até então desconhecidos. Como que
prevendo o que aconteceria três meses depois pede para que o povo brasileiro se
una em “defesa da legalidade democrática” (Gazeta de Sergipe, 1º de janeiro de
1964).
Durante todo o mês de janeiro de 1964 os editoriais que eram
voltados para a política versavam sobre o mesmo tema: as possíveis conspirações
dos políticos conservadores, que queria retomar o poder. Outro tema recorrente
era a receptividade com a qual o governo de Seixas Dória era tratado pela
população sergipana, segundo o jornal era um momento jamais presenciado por
Sergipe, pois o governo de Dória era “agressivamente honesto” diferente de seus
antecessores.
Nos editoriais posteriores encontramos uma forte influência
dos "ideais socialistas", pregando a Reforma Agrária e apoiando a
“reforma social” que estava sendo implantada no Brasil. Segundo os jornalistas,
o Brasil e Sergipe estavam lutando contra o subdesenvolvimento, condição que
podia ser alterada através de mudanças “das estruturas pela educação do povo, a
industrialização das nossas matérias primas a subdivisão da propriedade
improdutiva, a melhoria salarial”. (Gazeta de Sergipe, p. 2, 07 de fevereiro de
1964).
Essa renovação social chegava em Sergipe pelas mãos de
Seixas Dória, que se utilizava da seguinte frase em seus comícios: “Doa em quem
doer, custe o que custar, aconteça o que acontecer”, referindo-se aos esforços
que ele teria que fazer para defender a educação e a participação popular nos
feitos do governo. Entretanto, embora se esforçasse para garantir a assistência
social às classes desprovidas o então governador passou por diversos
obstáculos, pois naquele momento, de acordo com o jornal:
Falar para os quadros políticos dos partidos conservadores,
ressalvadas as exceções honrosas, em reforma agrária, em desapropriação de áreas
semi-abandonadas (sic), para a organização de uma nova economia agrária, sob
moldes adequados à produção de bens de consumo, arrepiam as cabelas (sic),
franzem as caras, gaguejam os homens de mentalidade feudal, que olham sem ver,
a marcha do tempo nas suas profundas transformações sociais (Gazeta de Sergipe,
1964:2)
Percebemos, portanto, que nos primeiros meses de 1964 o
jornal tinha uma posição extremamente política e formadora de opinião,
demarcando bem e com clareza suas idéias. Caminhando nos meandros das notícias,
percebemos que esse periódico foge do estilo sensacionalista de se fazer
jornal. As oito páginas do periódico traziam notícias sobre a situação
sócio-econômica do Brasil, de Sergipe e do mundo, buscando sempre incitar na
população a vontade de lutar por seus direitos e pela "revolução
social", que para a GS, teve início em 1963. Fugindo do modelo “se
espremer sai sangue” de jornais como Notícias Populares de São Paulo, por
exemplo. No entanto, esse não foi o formato que permaneceu após o golpe.
Liberdade que não se vende, mas se cala. Os Editoriais
pós-golpe.
Nos dias que antecedem o golpe notamos que são duras as
críticas contra os conservadores, principalmente contra aqueles que apoiaram a
“Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, essa era tida como um artifício
para o “embrutecimento humano” levando a população – classe média e burguesia –
“a desconhecer a marcha de revolução democrática e social” (Gazeta de Sergipe,
1964: 2).
No dia primeiro de abril o título do editorial é Os inconversáveis.
Infelizmente esse editorial está bem desgastado e quase nada pode ser lido
nele. No entanto, as partes que conseguimos ler criticavam o modo com o qual se
colocou o golpe, afirmando que era uma medida inconstitucional e que os
militares estavam rasgando a constituição. Nesse editorial é afirmado ainda que
“um jornal que mantém uma seriedade de conduta não vende sua liberdade por
preço nenhum”, podemos pensar que essa frase quis dizer que eles não se
entregariam aos mandos dos militares.
No entanto era inevitável que o periódico não sofresse
censura. De dois a oito de abril os editoriais não estão ausentes da GS,
retornando apenas em 09 de abril, mas com uma roupagem nova. As especulações
políticas e a tentativa de formar opiniões ideológicas haviam cessado, ao invés
disso os editoriais traçavam um panorama político econômico do mundo com
títulos como: Curso de Londres conduziram realmente a paz (09 de abril),
Panorama do comércio europeu ao iniciar-se em 1964 (10 de abril).
De 11 a 12 de abril há novamente uma suspensão editorial,
retornando em 14 de abril com o editorial intitulado Liberdade democrática,
analisando o modo com o qual se deu o processo democrático no Brasil e fazendo
uma leitura do que agora eles chamam de Movimento de 31 de março, alegando ser
“a continuidade do processo sócio-econômico”, iniciado por João Goulart. Embora
censurado, não deixa de tecer elogios quanto à conduta de Seixas Dória enquanto
governador.
Da segunda quinzena de abril até meados de junho os
editoriais não parecem nenhum pouco com aqueles politizados do início de 1964,
passam a descrever muito mais sobre comportamento e o jornal, como um todo,
passa a tratar de política como um tema rasteiro. Em julho, o caráter
ideológico socialista volta a ser impresso no jornal e, coincidência ou não,
desaparecem mais uma vez do retornando apenas em outubro.
Embora com um teor bem menos defensor das classes
trabalhistas vez ou outra, encontramos uma nota (dentro dos editoriais)
“alfinetando” o comando “revolucionário” de 01 de abril. A exemplo temos, no
editorial de 31 de outubro a seguinte citação:
O Comando do 28º BC deveria mandar uma pessoa de suas
fileiras, experiente e sagaz, dar um passeio pelos Municípios do Estado, [...],
para verificar a procedência de tantos boatos, corrente de corrupção,
desonestidade, pouco recomendáveis à revolução (Gazeta de Sergipe, 1964: 2)
Por mais que não confrontassem de maneira direta os
militares, vez ou outra, percebemos fagulhas dirigidas da Gazeta de Sergipe
para os mélicos, numa maneira de mostrar que mesmo censurada a imprensa não
estava muda.
CONCLUSÃO
Concluímos, portanto, que depois de lidos e analisados os
editoriais, nos apresentam o caráter político-ideológico do jornal que, sem
dúvida, era partidário do socialismo democrático, talvez por influência do
proprietário Orlando Dantas – filiado ao Partido Socialista Brasileiro. Inicialmente
o jornal tinha um caráter totalmente voltado para a política, fazendo críticas
e elogios, quando necessário, sendo quase que imparcial. Solicitava –
indiretamente-, o apoio das classes trabalhadoras aos partidos de esquerda em
prol da causa revolucionária social.
O periódico, como um todo, fora modificado após o golpe. Se
antes contava com oito páginas, após o 1º de abril passa a circular com seis.
Colunas como Coluna Sindical e O Dia no Olímpio Campos, desaparecem, alguns
jornalistas como Ivan Valença, ficam ausentes retornando depois de algum tempo.
Deixando claro que o livro negro da censura passara também em Sergipe,
intimidando e suprimindo a liberdade de imprensa, mas não a silenciando.
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Presente/Bolsista PIBIC/COPES/E-mail: carlareisufs@gmail.com/Orientadora: Profª
Drª Célia Costa Cardoso (Professora adjunta UFS/PIBID/ Cultura, Memória e
Política Contemporânea/GET).
Texto reproduzido do site: principo.org
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