Crédito: Reprodução internet
Publicado originalmente no site do Portal Imprensa, em 06/08/2018
Editora Abril fecha revistas e demite jornalistas
Redação Portal Imprensa
A editora Abril anunciou, nesta segunda-feira (6), o
fechamento das revistas Arquitetura e Construção, Boa Forma, Casa Claudia,
Cosmopolitan, Elle e Minha Casa e a demissão de jornalistas. A informação foi
confirmada pelo Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP).
Segundo o sindicato, mais de 50 jornalistas foram demitidos.
Há informações (ainda não confirmadas) sobre a desligamento, também, de outras
centenas de trabalhadores e trabalhadoras administrativos e gráficos.
A direção do sindicato foi à editora no período da manhã e
disse que não houve diálogo com representantes do Grupo Abril.
A entidade repudiou as demissões e disse, em nota, que a
necessidade de “’ajustes’ propagada pelos novos diretores da Abril não
justifica gerar desemprego, demitindo centenas de profissionais e comprometendo
a qualidade do jornalismo em nome da lucratividade.”
Em nota, a editora Abril informou que “está reformulando o
portfólio de marcas da editora com o objetivo de garantir sua saúde operacional
em um ambiente de profundas transformações tecnológicas, cujo impacto vem sendo
sentido por todo o setor de mídia”.
De acordo com o comunicado, “o processo tornou-se
obrigatório dentro das circunstâncias impostas por uma economia e um mercado
substancialmente menores do que os que trouxeram a Abril até aqui”.
Com isso, “a empresa passará a concentrar seus recursos
humanos e técnicos em suas marcas líderes: Veja, Veja São Paulo, Exame, Quatro
Rodas, Claudia, Saúde, Superinteressante, Viagem e Turismo, Você S/A, Você RH,
Guia do Estudante, Capricho, MDE Mulher, VIP e Placar. Marcas que somam
audiência qualificada de 125 milhões de visitantes únicos por mês e 5,2 milhões
de circulação nas versões impressa e digital por mês, além de centenas de
eventos.”
Ao final da nota, a empresa agradeceu os profissionais. “Aos
profissionais que atuaram nos títulos que estão sendo descontinuados, nosso
agradecimento pela dedicação e pelo profissionalismo.”
Demissões começaram em 2017
O sindicato lembrou, também, que a editora é alvo de ação do
Ministério Público do Trabalho (MPT) por causa da dispensa em massa em dezembro
de 2017.
“Além da dispensa em massa sem efetivamente realizar
negociação prévia com o Sindicato, o MPT apurou que as demissões foram
discriminatórias, pois afetaram principalmente os profissionais mais velhos
(média de 40 anos, 10 meses e 9 dias) e com maior tempo na empresa (média de 11
anos, 6 meses e 14 dias).
Nesta ação, o MPT reivindica que a Editora Abril se abstenha
de fazer mais demissões sem prévia negociação com os sindicatos profissionais,
assim como novas dispensas discriminatórias fundadas em qualquer motivo tais
como idade, sexo, origem, raça, estado civil, situação familiar, deficiência ou
reabilitação profissional.
No último dia 8 de março, antes de mover a ação civil
pública, o MPT propôs à editora um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) contra
as demissões, mas a direção da Abril não aceitou assinar o documento.
O TAC resultou de um procedimento aberto pelo MPT para
apurar uma denúncia anônima contra a empresa por conta das demissões ocorridas
em dezembro de 2017.
Texto e imagem reproduzidos do site: portalimprensa.com.br
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