Publicado originalmente no site da revista STYLLUS, em 23 de maio de 2019
Revista Veja troca diretor
Revista Veja troca diretor. André Petry porquanto se despede
do cargo que ocupava desde fevereiro de 2016. Colunista e redator-chefe até
esta semana, Mauricio Lima assume como diretor de redação da revista Veja. Em
‘Carta ao Leitor’, similarmente publicação da Editora Abril fala em renovar
“compromisso com o jornalismo de excelência”.
Surpreendentemente Chega ao fim o período de André Petry
como diretor de redação da Veja. Na edição desta semana, a revista confirma que
o jornalista deixa o cargo para Mauricio Lima, que atualmente é responsável
pela coluna ‘Radar’. Ele integra o time de redatores-chefes. A mudança ocorre
um mês após o comando do Grupo Abril, que edita a semanal, deixar de pertencer
à família Civita. Desde 17 de abril, o controle da empresa de mídia pertence ao
empresário Fabio Carvalho, da Cavalry Investimentos.
A princípio, André Petry sai com a marca de ter sido o
profissional que por menos tempo permaneceu na função. Ainda assim, ele estava
no cargo desde fevereiro de 2016, quando sucedeu Eurípedes Alcântara. Assim
como os dois, em conclusão apenas quatro jornalistas podem dizer que foram
diretor ao decorrer dos 50 anos de história da Veja. O primeiro a ocupar o
posto foi Mino Carta (1968 – 1976). O título ainda contou com as lideranças de
Mario Sergio Conti (1991 – 1998) e Tales Alvarenga (1998 – 2004). Hoje
colunista do veículo, José Roberto Guzzo foi o número 1 do jornalismo do
impresso durante 15 anos, de 1976 a 1991.
Na ‘Carta ao Leitor’ da edição desta semana da Veja, o Grupo
Abril valoriza a gestão de André Petry. Em conclusão coloca a saída dele como
parte de processo que visa renovar o “compromisso com o jornalismo de
excelência”. Em resumo o veículo evidencia números alcançados durante a direção
dele. Há destaque para feito realizado fora da mídia impressa. “[O site
Veja.com] já que ganhou ainda mais projeção. Nesse meio tempo saltando de uma
média mensal de 12 milhões para 30 milhões de visitantes únicos”. Por fim
Informa-se, também, o crescimento da marca nas redes sociais, como Facebook e
Twitter.
Jornalista petista?
Sucessor de Eurípedes Alcântara, André Petry assumiu a
direção de jornalismo da publicação com a desconfiança de ser um “petista”. A
acusação foi feita, inclusive, por ex-colaboradores da revista, como Mario
Sabino, Diogo Mainardi e Rodrigo Constantino. O começo de seu trabalho no posto
de liderança, contudo, serviu para rechaçar tais afirmações. As quatro
primeiras capas da Veja desde que o jornalista havia sido anunciado como
diretor traziam o ex-presidente Lula. Nenhuma era em tom elogioso. Uma,
inclusive, falava em “o desespero da jararaca”.
Veja faz jornalismo que bate nos dois lados, disse o
profissional em entrevista concedida ao Portal Comunique-se em abril de 2018.
No comando da revista, André Petry acompanhou de perto um
dos períodos mais turbulentos do Grupo Abril. A empresa de mídia entrou com
pedido de recuperação judicial em agosto de 2018, semanas após encerrar títulos
e demitir em massa. Ele, inclusive, está na lista de credores, tendo a receber
mais de R$ 109 mil. No aspecto editorial, apostou em estratégias para além do
impresso e do online. A marca realizou eventos e encontros. Foram debates com o
nome de “Amarelas ao Vivo”, sessões em parceria com Exame e o “Prêmio Veja-se”.
No que diz respeito à gestão de pessoas, demitiu e aceitou pedidos de
demissões. Entre outros nomes, saíram os colunistas Vera Magalhães (maio de
2016), Reinaldo Azevedo (maio de 2017) e os redatores-chefes Carlos Graieb
(maio de 2016) e Thaís Oyama (dezembro de 2018).
De colunista a diretor
A era de André Petry como diretor de redação não contou
apenas com demissões. Ele foi o responsável por contratar, entre outros
profissionais, Mauricio Lima. Ele chegou à equipe da Veja para, de certo modo,
substituir Vera Magalhães e Carlos Graieb de uma vez só, em maio de 2016. Foi
contratado para ser o colunista de ‘Radar’, que conta com blog e espaço no
impresso, e ser um dos redatores-chefes. Agora, é justamente Mauricio Lima quem
assume a direção da Veja. Ele terá de seguir adiante com as missões propagadas
pelo próprio título: “defender a democracia, a livre-iniciativa e a justiça
social”.
Aos 46 anos, o carioca Mauricio Lima tem sua carreira no
jornalismo ligada ao Grupo Abril. A chegada em 2016 representa apenas mais uma
passagem sua pela empresa. Em 1997, ele foi aluno do “Curso Abril de
Jornalismo”. Passou por outras publicações da casa, como a esportiva Placar, a
Exame (economia e negócios) e a local Veja Rio.
Para Veja, desempenhou diversas funções. Foi repórter em São Paulo,
editor na sucursal de Brasília e, desde o seu retorno, vinha respondendo como
redator-chefe baseado no Rio de Janeiro. “Mostrou sua enorme capacidade de
trabalho, sua busca incansável pela boa informação e seu brilhantismo para
jogar em qualquer posição”, afirma a ‘Carta ao Leitor’. O novo diretor de
redação é formado em jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Fora do país, realizou cursos de extensão pela Havard Business School.
De diretor a colunista
Enquanto Mauricio Lima vai de colunista a diretor de
redação, André Petry faz o caminho inverso. No aviso sobre a troca de comando,
o Grupo Abril avisa que ele “começará nova fase” na revista. A promessa é que
ele se torne colunista da versão impressa, com direito a blog no site da marca.
A data de estreia para a nova função não foi divulgada. Sabe-se que ela terá
início “depois de um merecido período de descanso”. Vale destacar que o mesmo
aviso foi feito quando Eurípedes Alcântara deixou o comando da semanal, mas a
coluna editada por ele nunca chegou a existir nas páginas do impresso. Por ora,
André Petry está confirmado como palestrante da Jornada Galápagos de
Jornalismo, iniciativa de Alecsandra Zapparoli.
Por Anderson Scardoelli
Texto e imagens reproduzidos do site: revistastyllus.com.br
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