sábado, 31 de agosto de 2019

Jornalista Vladimir Herzog é homenageado com exposição...

O jornalista Vladimir Herzog — Foto: Divulgação

Publicado originalmente no site G1 GLOBO, em 15 de agosto de 2019

Jornalista Vladimir Herzog é homenageado com exposição no Itaú Cultural, em SP

Mostra 'Ocupação Vladimir Herzog' traz cartas, reportagens e mostra o talento como cineasta do jornalista morto em 1975 pela ditadura militar.

Por G1 SP

A vida do jornalista Vladimir Herzog, morto em 1975, pela ditadura militar (1964-1985), é tema da exposição "Ocupação Vladimir Herzog", que começou nesta quarta-feira (14) no Itaú Cultural, na Avenida Paulista. A mostra vai até 20 de outubro e a entrada é gratuita.

A exposição é realizada em parceria com o Instituto Vladimir Herzog (IVH). Nela, o público é convidado a conhecer a trajetória jornalística de Vlado e suas realizações no campo do audiovisual – uma de suas atividades prediletas.

A mostra traz fotografias, reportagens e dezenas de cartas que ele trocava com cineastas do mundo todo, matérias de jornais e revista que ele escrevia, além do início da sua atuação como cineasta.

Ocupação Vladimir Herzog vai até 20 de outubro no Itaú Cultural
Foto: Divulgação Ocupação  

Herzog chegou a ter uma breve carreira pelo cinema: dirigiu um curta-metragem em 1963 chamado Marimbás, resultado de um curso de cinema com Arne Sucksdorf (o curta foi considerado a primeira fita brasileira a utilizar som direto) e realizou a gerência de produção do curta-metragem Subterrâneos do Futebol (1965), do amigo Maurice Capovilla. Ele também fez o início do roteiro do filme Doramundo – que só viria a ser filmado depois de sua morte por João Batista de Andrade.

O público também pode ter acesso a uma publicação impressa e uma série de conteúdos on-line, como entrevistas em vídeo com amigos e familiares do jornalista.

Jornalista Vladimir Herzog que foi torturado e morto durante a ditadura 
Foto: Divulgação 

Vlado

Conhecido como Vlado, Herzog nasceu em junho de 1937, na Iugoslávia, em Osijek (hoje Croácia), e se naturalizou brasileiro. Ele morreu em 25 de outubro de 1975, então com 38 anos, um dia depois de se apresentar para depor voluntariamente diante das autoridades militares do DOI/CODI de São Paulo. Herzog era diretor de jornalismo da TV Cultura quando foi convocado pelo Exército para prestar depoimento sobre as ligações com o PCB, partido contrário ao regime militar e que nunca defendeu a luta armada.

O jornalista foi preso, interrogado, torturado e finalmente assassinado em um contexto sistemático e generalizado de ataques contra a população civil considerada "opositora" à ditadura brasileira, e, em particular, contra jornalistas e membros do Partido Comunista Brasileiro.

As autoridades da época informaram que se tratou de um suicídio, uma versão contestada pela família do jornalista.

Em julho de 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos (CorteIDH) considerou o Estado brasileiro responsável pela falta de investigação, julgamento e sanção dos responsáveis pela tortura e assassinato do jornalista Vladimir Herzog.

O tribunal internacional também considerou o Brasil responsável pela violação ao direito de conhecer a verdade e à integridade pessoal em prejuízo dos familiares de Herzog.

Ocupação Vladimir Herzog
Itaú Cultural - Avenida Paulista, 149
Até 20 de outubro/2019
Terça a sexta 9h às 20h (permanência até às 20h30)
Sábado, domingo e feriado 11h às 20h
Entrada gratuita

Texto e imagens reproduzidos do site: g1.globo.com

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