Foto: Reprodução Portal Imprensa
Publicado originalmente no site do PORTAL VIU, em 9 de abril
de 2020
Mercado editorial em transição; pandemia está acelerando a
morte da mídia impressa
Por Roberto Barbosa
Mídia Impressa
Quando a pandemia passar, muitos negócios irão naufragar. Um
dos setores que já estavam agonizantes e que deverão esvaziar, é o de mídia
impressa.
No Estado do Rio, jornais como O Dia, Meia Hora e Extra, que
sobrevivem da venda avulsa, deixaram de circular neste período. O Dia e Meia
Hora reduziram os salários dos profissionais em 25%.
Além da queda no mercado de publicidade, falta logística
para a entrega das edições avulsas, porque as bancas de jornais, principais
pontos de vendas, estão fechadas.
O jornal Folha Dirigida, voltada para a cobertura de
concursos públicos, também anunciou a paralisação de suas atividades, e o mesmo
fez a Editora Globo ao cancelar a publicação de sete revistas.
Jornais como O Globo, Estadão e Folha de São Paulo estão
sobrevivendo graças a entrega de exemplares na casa dos assinantes.
O movimento do mercado explica a tomada de decisões. Na
terça-feira (7), quatro grandes agências de publicidade aconselharam os
clientes a fugirem da mídia impressa, devido ao baixo retorno. A orientação é
concentrar os investimentos na mídia digital.
Para o mercado consumidor, além da mudança de hábitos, há
também um quesito sanitarista: jornal impresso pode ser um hospedeiro de vírus,
porque circula de mão em mão. Como medida preventiva, no mundo globalizado em
que vírus e bactérias circulam na velocidade do pensamento, a tendência é de
que a busca por informação seja cada vez mais focada nas plataformas digitais.
A crise na mídia impressa não é um elemento novo no mercado.
Esse formato já estava em franca decadência, com vários jornais e revistas deixando
de circular em razão da migração do público para o formato digital.
A tempestade é ampla, geral e irrestrita na velha mídia,
atingindo também o rádio. As agências estão reduzindo investimentos no formado,
devido a queda de audiência nesse período de quarentena.
A queda de investimentos estava em curso e pandemia apenas
acelerou. Nos últimos anos, o rádio já não tinha mais a audiência das donas de
casa, hoje mulheres empoderadas, que estão no mercado de trabalho, muitas vezes
atuando como esteio de família. Esse veículo de comunicação que já teve sua era
de ouro manteve-se de pé graças a audiência (fragmentada) de motoristas de
carros em horários de deslocamentos. Mas, ainda assim, enfrenta a disputa de
aplicativos como Spotify e arquivos musicais em pendrive.
O pós-pandemia será mais um passo na consolidação da 4ª
revolução industrial, quando o consumidor de informação continuará intensamente
conectado à internet por meio de smartphone e outros veículos de convergência
de mídia que deverão surgir. O mercado aponta para o engajamento de áudio,
vídeos e textos concisos.
Com isso, os hábitos que já estavam em transição acentuada,
tendem a fortalecer a mídia digital.
O leitor, o telespectador e o ouvinte migraram de
plataformas, mas o conteúdo ainda é rei. Para sobreviver diante da concorrência
dinâmica, a qualidade do produto será cada vez mais um fator determinante.
Texto e imagem reproduzidos do site: portalviu.com.br
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